Após impressionar o mercado com o seu poderoso
M1 — de primeira geração —, a Apple provou que   dava para ir mais longe. Em outubro de 2021, a
plataforma Apple Silicon evoluiu e trouxe dois   novos chips furiosos: M1 Pro e M1 Max, que
equipam os MacBooks Pro mais recentes. Como   a própria empresa destaca em sua comunicação,
os dispositivos com esses processadores visam   atender pessoas que se envolvem em projetos
profissionais, exigindo muito poder da máquina.  Tela mini-LED com taxa de atualização de 120 Hz,
SSD de 1 TB, 64 GB de memória RAM e carregador de   140 watts. Essa é só uma parte das especificações
do MacBook Pro de 16 polegadas com M1 Max que   passou pelas minhas mãos. No Brasil, essa
configuração sai por R$ 48.552 (sei lá,   dá para comprar um carro com esse montante).
Será que vale a pena? Eu venho usando o   notebook da Apple há cerca de três meses e conto
a minha experiência de uso neste review. Antes,   bora pro aviso de ética: O Tecnoblog é um veículo
jornalístico independente que ajuda as pessoas a   tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005.
Nossas análises não têm intenção publicitária,   por isso ressaltam os pontos positivos e negativos
de cada produto. Nenhuma empresa pagou, revisou ou   teve acesso antecipado a este conteúdo. O MacBook
Pro M1 Max foi fornecido pela Apple por empréstimo   e será devolvido à empresa após os testes. Para
mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.   E bora falar desse monstro aqui.
Uma primeira olhada no visual do novo MacBook   Pro e você já nota uma ausência significativa:
adeus, Touch Bar. Deve-se reconhecer, porém,   que muitas pessoas acham desnecessário ter esse
atalho para ações rápidas próximo ao teclado. E,   pelo visto, a empresa estava bem ciente da
rejeição quando projetou o laptop atual. Mas não   é só isso que despertou a nossa atenção por aqui.
Analisando o design como um todo, o MacBook Pro   com M1 Max ganhou um visual imponente, com
construção robusta e detalhes que ajudam a   diferenciar do Pro M1. Eu devo reconhecer que ele
não é um notebook tranquilo de se transportar no   dia a dia, levando em conta o seu peso de
mais de 2 kg. Mas é possível, claro, embora   ocupe um espaço considerável na sua mochila.
O chassi está mais espesso. Talvez porque   agora abriga mais conexões em suas laterais: três
Thunderbolt 4, uma porta HDMI, slot para cartão   SDXC e há uma entrada para fones de ouvido
de 3,5 mm. Também há o retorno do MagSafe,   mas falaremos sobre a conexão adiante.
Agora, por que a Apple colocou tudo isso?  Claramente a empresa quis acenar
para os profissionais que necessitam   dessas portas no cotidiano. Fez certo!
O acabamento do laptop continua excelente   e os materiais empregados ainda remetem aos
modelos anteriores. O alumínio em todo o corpo   ajuda a promover um visual luxuoso e sofisticado,
assim como as cores disponíveis. São apenas duas:   prateada, versão a qual tivemos acesso, e
cinza-espacial com um tom mais escurecido.  A área do display (Liquid Retina XDR) perdeu a
clássica inscrição “MacBook Pro”, agora alocada na   parte inferior do notebook. E há o notch, o maior
causador de polêmica nessa geração. Como você já   deve imaginar, ele não interfere consideravelmente
na navegação, quase em nada, na minha opinião.   Assim como no iPhone, no uso diário, eu
mal lembrava da existência do entalhe ali.  As telas dos MacBooks sempre me
impressionaram e, mais recentemente,   a Samsung causou um impacto parecido em mim com
o Galaxy Book Pro de 2021, modelo equipado com   AMOLED. Se desde o período Intel a Apple se
sobressaia pela qualidade do painel, com essa   versão o padrão de excelência não diferiria.
Trata-se da melhor tela que você vai encontrar   em um notebook hoje e a empresa acertou muito ao
reduzir a bordas para favorecer o aproveitamento.  A cereja do bolo, o Mini-LED, pode atingir
até 1600 nits de brilho em conteúdos HDR,   isso representa mais que o dobro do MacBook Pro de
2019. A resolução também mudou e me impressionou.   No caso da variante de 16,2 polegadas, que
nós testamos, ela passou a ser de 3456 x   2234 pixels com 1 bilhão de tons de cores.
Em ação, todos esses nomes e números complexos   fazem o dispositivo ter brilho fortíssimo, um
volume de cores excelente, preto muito profundo e   contrastes precisos. O branco do conteúdo HDR, por
exemplo, é tão vívido que incomodou os meus olhos.   É tudo muito intenso, mas esse é um ótimo display,
principalmente para quem trabalha com imagens.  O sistema ainda traz taxa de atualização
variável de até 120 Hz (ProMotion). É a   primeira vez que essa tecnologia aparece em
um MacBook. Confesso para você que deixei   o ProMotion ativado o tempo todo, porém
eu não senti diferenças significativas,   talvez porque o sistema já é fluido demais.
Os alto-falantes fazem um ótimo trabalho e,   como bônus, ele tem suporte ao
áudio espacial com Dolby Atmos. Os   quatro woofers e os dois tweeters são fiéis ao
entregar um áudio definido e surpreendentemente   envolvente. Mas eles não são perfeitos, e eu
senti falta de um pouquinho mais de graves.  O polêmico notch hospeda não só a webcam. Ali
ainda estão um sensor e um LED indicador de   câmera ativada. Por falar nela, assim como no iMac
colorido, essa webcam tem resolução Full HD e,   olha, eu fiz muitas reuniões no Zoom e no
Google Meet, e gostei bastante da qualidade.  O teclado foi encolhido, fornecendo mais espaço
para os falantes. A Apple incluiu ali três novos   atalhos para o Spotlight, Ditado e Não Perturbe.
As teclas do MacBook Pro permanecem silenciosas,   confortáveis e são retroiluminadas, o que
facilita a digitação no escuro. No entanto, o   Magic Keyboard segue no padrão americano, portanto
sem cedilha no Brasil. O Touch ID está alocado na   extremidade direita e o recurso funcionou
sem nenhum problema durante os meus testes.  Por sua vez, o trackpad é admirável pelo amplo
espaço fornecido, que dispensa o uso de um mouse,   e pelo acabamento fosco que promove
uma navegação suave e confortável. Os   gestos multi-touch, de zoom inteligente, mission
control, de rolagem e outros, respondem bem. Mesmo   em trabalhos mais complexos e detalhistas, como
de edição, eu acredito que ele será suficiente.  Os Macs com arquitetura ARM causaram e
ainda causam um certo abalo na indústria   devido à performance admirável, combinando uma
eficiência energética nunca vista num Mac. O M1   Max consegue elevar isso a outro patamar,
tornando a experiência de uso muito mais   rápida e precisa para profissionais como
desenvolvedores e editores/videomakers.  O Max é um chip poderoso de 5 nanômetros.
O modelo testado conta com 10 núcleos de   CPU e GPU de 32 núcleos que, segundo a empresa,
garante um desempenho gráfico quatro vezes mais   rápido quando comparado ao M1. Essa unidade
fornecida ao Tecnoblog, com 64 GB de memória   unificada e SSD de 1 TB, sai por quase R$ 50 mil.
No site da Apple, você pode configurar a memória   para até 8 TB, que sai por R$ 75 mil, no total.
Falando de performance em si, quando não estou   no Windows, eu uso Mac no dia a dia apenas para
escrever e acessar a páginas na web. Mas, durante   esses três meses de M1 Max, além da escrita,
eu fiz alguns testes pesados para identificar   limites, mas sem sucesso. O Mac M1 Max é tão
silencioso em tarefas que exigem mais da CPU que   dá agonia. Ainda mais para quem estava acostumado
a escutar a ventoinha girando forte durante uma   reunião no Zoom ou no Google Meet no Mac Intel.
O Adobe Premiere Pro 2022 abre na nossa unidade   de teste em apenas 4 segundos. Para
fins de comparação, no MacBook Pro M1   da nossa editora-audiovisual Raquel Igne, o
mesmo software levou 7 segundos para abrir.   Outros programas de edição, como Photoshop e
Affinity Photo, precisam de apenas 2 segundos.  Ainda usando o Premiere Pro 2022, o Mac M1 Max
levou 29min19s para renderizar um vídeo 4K a 60   fps de 30 minutos com codec Apple ProRes
422. Para o Ari Libório, nosso outro editor   audiovisual aqui do Tecnoblog, um PC Windows com
placa de vídeo dedicada levaria esse mesmo tempo.  Foi nesse teste que eu notei, pela primeira
vez, a ventoinha trabalhar forte. Assim que   identifiquei o barulho, resolvi abrir dez páginas
no Chrome e dez páginas no Edge. Além disso,   Notion, Discord, o editor de texto Typora e o
Apple Music também estavam abertos. Resultado:   a performance não caiu em nenhum momento.
Se eu pudesse apontar algo negativo,   diria que a Apple tinha que abrir mais o
seu ecossistema para jogos. Infelizmente,   eu não consegui instalar um Genshin
Impact para analisar o poder da GPU.  O hardware também foi pensado para entregar
uma autonomia à altura. A tela tende a gastar   uma energia considerável em qualquer laptop,
agora imagina em um modelo com Mini-LED e 120   Hz? Esse MacBook Pro não vai fornecer
uma autonomia de um Mac M1, mas ainda   consegue ter uma eficiência energética muito boa.
A Apple diz que a versão testada pelo Tecnoblog   aguenta 21 horas de reprodução de vídeo com
apenas uma carga. É a mesma autonomia do   recém-apresentado Galaxy Book 2 Pro, que eu estou
bem ansioso para conhecer e comparar com esse   MacBook Pro. Durante todo o período em que passei
com o aparelho, a célula durava em média 6h30min,   mesmo executando tarefas pesadas. Esse número
pode ir ainda mais longe, isso porque eu preferi   aproveitar ao máximo todas as tecnologias
de tela que, óbvio, consomem mais bateria.  O MagSafe 3 é um excelente conector e fica tão
firme no Mac que dificilmente alguém vai conseguir   derrubá-lo pelo fio trançado. Vale notar que o
acessório ainda é um trambolho, mas faz sentido   considerando os 140 watts de potência. Toda
essa abundância faz a máquina atingir os 50%   em apenas 30 minutos. De fato, a alimentação
é tão rápida que eu não via o tempo passar.  Ao longo da avaliação, nós usamos o macOS
Monterey. Antes dele, eu estava com o Big Sur   em outro MacBook Pro Intel que, infelizmente,
não recebe mais atualizações devido à idade.   Migrar de um para outro não foi uma tarefa
difícil, pois, como sempre defendi, a Apple   tem um sistema operacional muito bem resolvido.
Outra coisa que sempre ressalto positivamente   são as configurações sempre muito acessíveis;
diferente do Windows, eu não preciso acessar   várias telas para enfim chegar na página
que quero. A integração com iPhone,   iPad, AirPods e fones da Beats é admirável e
continua sendo um dos grandes acertos da Apple.  Com relação ao acesso de apps e programas,
existe, sim, uma limitação chatinha da App Store,   sem Instagram, Facebook, Netflix e outros
apps populares que já estão disponíveis na   Microsoft Store há um bom tempo. Mas o M1
Max foi desenvolvido para profissionais e,   nesse sentido, não há o que reclamar.
Muitos programas de edição — mas não só   eles — já estão preparados para a nova arquitetura
e acompanhamos de perto o empenho da Apple e   outras empresas para agilizar esse processo.
Antes da conclusão, deixa eu falar do Achados.   No Achados do TB, a equipe do Tecnoblog monitora
várias lojas em busca de melhores promoções,   cupons de desconto e até ofertas de cashback.
A gente compartilha tudo isso lá no grupo do   Telegram e no WhatsApp. Quer saber como entrar
neles? Acesse tecnoblog.net/achados para   descobrir. Não gaste mais tempo pesquisando
o menor preço e deixe que o Achados cuida   disso pra você. Link na descrição!
Se você usa notebook para escrever,   assistir a streaming e acessar páginas na web,
o MacBook Pro M1 Max não é para você. Tudo bem,   qualquer “pessoa comum” com R$ 48 mil dando sopa
pode comprar esse dispositivo, mas ele ainda assim   não é para você. O que eu quero dizer é que o M1
Max é para um público específico, que precisa de   muito poder de CPU e GPU para tarefas extremamente
pesadas. Se você não é um editor audiovisual ou um   desenvolvedor, o M1 já vai lhe atender muito bem.
Desembolsar todo esse dinheiro num laptop parece   loucura, mas pode fazer sentido para esse
público-alvo citado. E reforço: o investimento   só vale a pena se você tiver esse montante
disponível. Além disso, um provável comprador   de M1 Max já deve estar dentro do ecossistema
Apple, por isso eu vejo que essa máquina é   direcionada justamente para esse profissional
que usa os produtos da Maçã no cotidiano.  Entendendo a sua proposta e ao analisar a sua
performance como um todo, dá para concluir que   esse é um excelente aparelho. Há desempenho de
sobra, uma tela que impressiona qualquer pessoa,   uma boa autonomia e um software que não é
perfeito, mas se mostra estável e bonito.   O MacBook Pro equipado com o M1 Max é o melhor
que a Apple já fez. É o notebook definitivo.   Esse é o MacBook Pro. E não é que a Apple
conseguiu lançar um chip mais poderoso que   esse? O M1 Ultra, que basicamente são
dois M1 Max, e eu espero conhecer logo,   logo. Agora é sua vez de contar as impressões. Vai   lá em comunidade.tecnoblog.net para dividir
com a gente. Antes de ir embora, clica no   botão de gostei e se inscreve no canal para
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