A linha 1600 da Volkswagen começou no Brasil
em 1968 com o 1600 L de quatro portas, o primeiro carro da marca com essa característica por
aqui. O motor de quatro cilindros opostos arrefecido
a ar, ainda com turbina alta, tinha potência bruta de 50 cv. O desenho discreto foi feito para nosso mercado:
o similar alemão tinha duas portas e formas diferentes. Com quatro maçanetas cromadas, o sedã ganhou
o apelido de Zé do Caixão, personagem de cinema do ator e roteirista José Mojica Marins. Esse concorrente do Ford Corcel foi feito
até 1971. A perua Variant aparecia em 1969, ainda com
a frente alta do sedã. Os vidros laterais traseiros tinham quebra-ventos,
para ajudar na ventilação, e havia porta-malas na frente e atrás. Essa curiosidade foi explorada em comercial
de TV, no qual o apresentador procurava o motor. A unidade da Variant era diferente, com 54
cv e turbina fixada ao virabrequim para um conjunto mais baixo. Essa versão do “motor de confiança”, como
a fábrica o anunciava, usava dois carburadores, no que foi o primeiro carro brasileiro. A perua competia com a Ford Belina. O terceiro membro da família foi o TL, de
1970, com estilo fastback. A propaganda destacava: “Quando você passar,
repare nos olhares pelo retrovisor”. Ele também nasceu com a frente alta, mas
logo recebeu a baixa e a opção de quatro portas. Essa versão vendeu bem, sendo escolhida por
muitos taxistas. A publicidade buscava dar status e prestígio
ao TL, convidando a trocar “seu carro grande por um grande carro”, e destacava os “dois
espaçosos porta-malas, que os carros grandes não têm”. O carro perdeu terreno com a chegada do Passat,
bem mais moderno, em 1974. Saía de linha dois anos depois. O último modelo da série, a Variant II,
aparecia na linha 1978 com desenho parecido com o do Brasília. Era inovadora em suspensões, com sistema
McPherson na frente e braço semiarrastado na traseira, bem superiores em termos de posição
das rodas em curvas. Foi nosso primeiro carro com limpador do vidro
traseiro. A propaganda anunciava a perua como “o grande
carro de 1978” e “o primeiro station-wagon compacto brasileiro”. No mercado, porém, ela foi apelidada de “Variantão”. Fracassou em vendas e saiu de produção em
1980. Mas seu quadro de instrumentos foi aproveitado
pelo Gol. A linha nacional se baseou na série Tipo
3 da Volkswagen alemã, feita de 1961 a 1973. Lá existiram sedã de duas portas, fastback
e a perua Variant, que nos Estados Unidos foi vendida como Squareback ou traseira quadrada. Foram usados motores de 1,5 e 1,6 litro, este
também com injeção eletrônica. É fácil associar a aparência dos modelos
brasileiros à de outra linha alemã, a Tipo 4, fabricada de 1968 a 1974. Contudo, esses carros eram bem diferentes
em construção e mecânica, com estrutura monobloco, motores de 1,7 e 1,8 litro e suspensões
como as da Variant II. Eles foram os últimos carros projetados pela
marca com motor traseiro arrefecido a ar: a “era da água” havia chegado para ficar. Agradecemos por sua audiência. Se gostou do vídeo dos Volkswagens, que tal
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